sábado, 22 de dezembro de 2012

A GOOD REMEMBER


Estava eu lá no Canto dos Cisnes, um pequeno local debaixo de frondosas árvores, dentro da propriedade onde costumo passar fins de semana e feriados, quando bateu aquele velho remember soul, latente naqueles que vivem o surf em sua essência e dele respiram suas histórias, suas diversas vibes e fellings. Degustando com prazer as novidades reais e atuais, dos nossos magazines especiais; Trip, Alma, Hardcore, Fluir, entre outras, fui a cata de algumas raridades em meu acervo particular. Depois de abrir uma porta duma pequena casa no terreno, transformada em oficina, guarda trecos, arquivo morto e local de ferragens, achei uma, duas, três e depois perdi a conta de quantas mais degustei no baixar da tarde nos Cisnes.
Foram horas e mais horas, lendo, traduzindo, olhando, visualizando, curtindo, desde Art Brewer até Mitteldorf. Passando pela descoberta de Nias, pelo Thornton Fallander, com seus tubos e ondas fantásticas e chegando até o Brasil, que em meados dos 80, foi matéria especial na Surfer, onde nossa terra foi apresentada como socialmente surf. Dando vôos rasantes numa Surfer especial, onde o Tito Rosemberg, o cara que esteve em Porto Alegre recentemente, autografou para meu querido pai, Manoel, na matéria onde ele na Costa do Marrocos, encontrou com Kevin Naughton e Craig Petersen, duas feras do maior valor histórico e cultural para o surf mundial. Dois sujeitos que foram os protagonistas verdadeiros de aventuras e trip surfs, pelo planeta afora, talvez instigados por Bruce Brow e seus filmes.
 Essas nuances, essas aventuras e epopéias, não tem preço, pelo tempo que hoje chamamos de romantismo. São tempos de cortezias entre homens do oceano, onde as industrias, hoje megas no esporte, ainda não faziam seus alardes e barulhos gigantes no capitalismo mundial e em nossas pequenas vidas. Através dessas raridades revivi histórias, revi personagens, que mesmo sem conhecer pessoalmente, como Eddie Aikau, a canoa Hokulea, Hobie Alter, Rell Sun e alguns outros souls, que vivem em meu coração, assim como algumas lendas californianas, fizeram meu intelecto flutuar e transcender o Canto dos Cisnes. Foram gratos e grandes momentos, onde a luz do sol brilhou mais intensamente, a terra, o verde das plantas e flores ao meu redor, parece que me acompanharam a cada nova história ou matéria que eu ia lendo e consumindo, pela vibração e intensidade de suas cores.
Resumindo agradeço a Deus por me proporcionar este belo, simples e tranquilo momento do viver e aos muitos amigos do cinturão do mar, por me inspirarem a escrever tanto com carinho e amor, sobre a vida oceânica. Como Tito deixou declarado a meu pai; “ao amigo dos tempos passados, das viagens que nunca se esquece,  dos amigos em todas as partes”.

4 comentários:

Tito Rosemberg disse...

Grande Castro,
São as boas memórias que indicam os melhores rumos. Quem sabe de onde vem tem mais facilidade em saber para onde ir. Bom esse seu rumo!! Forte abraço

Castro Pereira disse...

Valeu Tito! Mais uma vez obrigado pelas sábias palavras.Isso são bons sinais de muita experiência na vida.

Reinaldo "Dragão" Andraus disse...

Castro,
Você sempre soube traduzir sua paixão pelo surf em tudo que escreve. O importante é saber saborear o presente entendendo sempre nossa estrada em meio às ondas.

Castro Pereira disse...

Eitcha escriba man! Também fico feliz com suas palavras Dragão. Vc é referencia para mim nesse oceano dos amigos do cinturão do mar. ALOHA