segunda-feira, 28 de outubro de 2013

VIAGENS COM VINICIUS DE MORAES E SEU DOCUMENTA

Outro dia antes de Vinicius de Moraes, aquela fera da música completar seus 100 anos, um dia antes, me vi em plena viagem sideral, rememorando seus feitos e a minha trajetória neste Brasil de Deus. Por quais lugares havia passado, com quem estive trombando e convivendo sem neuras, stress, ou outra palavra salgada de nossos dias. Eu assistia um documentário na TV Brasil e conforme os personagens iam desfilando as histórias e as imagens mostrando os locais, eu ia delirando e vibrando extasiado e ao mesmo tempo alucinado. Cidadão Vinicius, poeta e diplomata, anos 60 e prá frente, sujeito de muito amor e com muito amor a dar. Afinal foram nove casamentos e bem cantados. Lembrei também de um outro sujeito. O catalão, Pablo Picasso, que também viveu uma vida de amor. Pablo não cantou nem declamou, mas pintou o amor a vida e as mulheres. Senhores do destino e das boas coisas da vida. Mas vamus ao poetinha, Vinicius e suas musas e seu wisky e suas letras e suas músicas. No documentário só fera desfilando e comentando acerca dele e com louvor. Desde Antônio Candido, Ferreira Gullar, Chico Buarque, que comenta coisas políticas e reais, Caetano Veloso, Baden, Lyra, Lobo, Toquinho. Enquanto isso as cantoras faziam a trilha mais linda que ouvi. Lizete Cardoso e João Gilberto, Miucha, Bianca Byghton, Adriana Calcanhoto e Mônica Salmaso.
 O Ferreira fazendo intervenções geniais, afinal ele é um gênio também. Falando da contradição; que Vinicius causava aos formais generais da época. Sujeito bebedor, cantor, mulherengo e músico de palco, metido com putas, sambistas e demais asseclas de escola de morro e dando expediente como Diplomata do Itamaraty. Foi destituído do cargo, para assim se dedicar as suas musas e suas músicas. Tinha o maior respeito por Noel, Pixinguinha, Tom, João Gilberto e etc. Individuo de muitos amigos como, Erico Verissimo e Oscar Niemayer. Vinicius tomou todas e isso lhe trazia muita inspiração romântica com as mulheres e ele retribuía com canções de muito amor. Gostava de estar com os amigos e um bom violão. Nos idos dos 70 lembro que atravessávamos Copacabana, para ir surfar posto 5 e passava por pequenos bares, de onde se ouvia do seu interior a bossa nova cantada e ponteada por acordes no violão. Garota de Ipanema era um hit de amor a carioca, e todo maluco de época cantarolava no ouvido de mulher bonita e gostosa.


O Pier existia e os oitenta se aproximavam, mas as Dunas do Barato, eram o local mais democrático de todo Brasil. Ali os artistas, os milionários e os miseráveis hipies conviviam em total liberdade e segurança. Lembro de várias investidas no pequeno pedaço de praia, onde chegávamos de bolsas a tiracolo. Lembro também de um dia de chuva eu descer até o Pier, recém chegado da Argentina. Um casal que precisava de fogo, ficaram maravilhados com meus palitos de fósforo coloridos que acendiam em qualquer lugar que se riscasse. Os palitos argentinos eram sucesso e enquanto isso, debaixo da paliçada do Pier, Pepê, solo despencava nos drops. Eu com uma máquina fotográfica e de lentes, não entendia muito do riscado. Mas ainda existem umas fotos desse dia. Na foto acima de Gustavo Carrera a cena local com Yso Amsler descendo as boas no outside.
Numa outra passagem, antes do carnaval, perdão na véspera, o bar Garota de Ipanema, fumando e Vinicius tocando no som e eu olhando as moças passarem na maior paz. Me chega uma beldade e pergunta se sei quem tem uma Coca? Eu viajando no poeta e seus asseclas tocando, indico a tal criatura, que era só falar com o garçon; na maior ingenuidade comercial. E não é que deu certo! O tal cidadão indicou a moça onde ela podia encontrar e a figura depois passou por mim agradecendo majestosamente. Coisas de Ipanema. 
Mas voltando ao filme, documentário, todos os artistas envolvidos em declarações afirmam; “Chega de saudade” foi o marco de uma nova música popular brasileira. Caetano é bem enfático sobre esse momento. Sua irmã, Bethania, também dá boas declarações e comenta sobre a relação de Vinicius e a Bahia. Uma vez na Bahia lembro bem que passei uma tarde em Itapoã, graças a seus versos e música. A Bahia teve grande influencia sobre o poeta assim como a “Garota de Ipanema”. Parabéns a Vinicius de Moraes por ter existido e enriquecido nossa cultura com suas pérolas. Agora Chega de Saudade!

Nenhum comentário: